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Artigo
publicado na Revista Obreiro Aprovado, CPAD. Rio de Janeiro/RJ, v.71 (17):27-28, abr.-maio/1996. |
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Se uma determinada ação, realizada por um antecessor, não vinha alcançando êxito, então, nem se discute... O seu destino certo é “cemitério” e esquecimento! É extremamente improvável supor que alguém determine uma análise séria do caso, tentando identificar causas e equacionar uma solução para o problema, de modo a possibilitar a continuidade dessa ação. A lógica do menor esforço e do interesse personalista que caracteriza a visão da maior parte dos gestores atuais é substituí-la por um programa que venha marcar a presença criativa da nova administração!
Esse mal cada vez mais está se enraizando em nossa cultura e - da mesma forma que um câncer - se espalhando por setores ainda sadios, deteriorando órgãos e reduzindo perspectivas de longevidade de programas e, até mesmo, de organizações.
No âmbito das igrejas, essa prática vem se tornando mais freqüente. Afinal, por mais que se queira espiritualizar o “modelo administrativo eclesiástico”, a Igreja - considerado o seu componente humano - sempre será uma amostra transformada da sociedade na qual está inserida. (Isto significa que hábitos e costumes sociais que não
conflitem com a doutrina bíblica sempre terão livre curso no meio evangélico, dado que ainda não saímos do mundo, apenas estamos lutando para não compactuar com o mal que nele há!). Lamentavelmente, essa prática administrativa tem contribuído tanto para um retrocesso, em termos de macro concepção da administração eclesiástica, quanto para prejuízos no desenvolvimento de algumas ações diretamente ligadas à função maior da Igreja - evangelização e ensino.
Não são poucos os exemplos daqueles que, ao serem empossados na direção de uma igreja, tomam como primeira medida desconsiderar tudo aquilo que foi feito pelo antecessor, introduzindo seus próprios projetos, em detrimento de quaisquer necessidades ou aspirações do próprio rebanho. Como uma máquina destruidora e irresponsável, alguns desses líderes chegam extinguindo setores que representam investimento de recursos humanos e financeiros; desagregando equipes de trabalho que comprovaram eficácia em ações anteriores; marginalizando pessoas; e, por conseguinte, gerando insatisfações e reações negativas, no seio da própria igreja.
Essa forma de agir, além de demonstrar a falta de um mínimo de conhecimento de administração eclesiástica, constitui-se uma agressão aos princípios da ética ministerial e um flagrante desrespeito a todos aqueles que contribuíram - às vezes, de forma sacrificial - para a consolidação de um modelo e a execução de um plano de ações.
O mais grave, nessa forma de proceder, é que importantes experiências são menosprezadas pelo simples fato de haverem sido iniciadas por outras pessoas, geralmente não relacionadas entre aquelas que gozam da simpatia, admiração ou respeito do novo dirigente. (Afinal, cada um tem que deixar a sua marca, a sua presença...) Numa linguagem bem simples e objetiva, isto é pura ignorância, arrogância e presunção - além de uma demonstração de desamor -, o que se constitui em "pecado”, dentro de uma concepção teológica. É fundamental que se compreenda que dar continuidade a ações anteriores é uma prova de maturidade administrativa; de visão e competência gerencial; e, sobretudo, de grandeza interior, atributo este peculiar àqueles que atingiram elevada estatura de cristandade.
Porém, nem todos podem perceber que dar continuidade a um trabalho ou atividade é tão ou mais louvável que concebê-lo ou implantá-lo. Retomar um projeto - depois que o mesmo foi sepultado por um desses "coveiros” tão comumente presentes na administração - é, sobretudo, um ato de fé, ousadia e coragem!
Dentre dessa concepção positiva, recomendam-se, aos que assumem função de direção em igrejas ou congregações:
Assim agindo, e sempre com a indispensável orientação do Espírito Santo, através da oração e da consagração de vida, será mais fácil encontrar o caminho do sucesso que todos almejam, notadamente os que labutam na Obra maior do Mestre e Senhor! |